Oficina Memória Musical da Baixada Fluminense


Alessandro ( petiano), André Leite e nossa tutora Fernanda Piccolo
Nesta última oficina nós contamos com a colaboração de André Leite que em sua dissertação para a obtenção do mestrado em Memória Social e Documento pela UNIRIO utilizou o tema “Memória Musical da Baixada Fluminense”.    
Nesta dissertação o palestrante fala sobre o movimento Reggae em Belford Roxo, mais especificamente sobre as manifestações oriundas do Centro Cultural Donana, que possui uma história riquíssima. A criação do Donana é anterior ao movimento reggae, neste espaço improvisado na casa de Donana, mãe de Dida Nascimento e Marrone (que fizeram parte da formação inicial do KMD-5), as reuniões das bandas KMD-5 e Lumiar aconteciam na casa de Donana e Da Gama, onde aconteciam reuniões do movimento negro e de outros movimentos sociais da região. Hoje o Donana é coordenado por Dida Nascimento, que também participou do “1º Colóquio de Políticas Culturais da Baixada Fluminense” realizado por nós, integrantes do Grupo PET/ Conexões de Saberes em Produção Cultural.
Voltando a discussão realizada na quinta feira 30 de junho, André Leite falou um pouco sobre sua experiência inicial sobre a Produção Cultural da Baixada através da rádio comunitária a qual fazia parte em São Gonçalo e a falta de oportunidade destes chamados “artistas independentes” que muitas vezes não possuem espaço nos grandes veículos de mídia.  Um dos fatores de motivação para o palestrante falar sobre o tema foi o estigma de violência sobre a baixada, Belford Roxo foi considerada a cidade mais violenta da América Latina há alguns anos.
Esta visão de violência relacionada à Baixada foi um dos pontos da discussão, perpetuada pelos meios de comunicação, talvez relacionada às raízes da população...  Esta produção artística em Belford Roxo está numa posição contraditória com a situação sociopolítica da região, não possuindo um apoio efetivo para a realização deste tipo de arte.
Petianos
A presença do Centro Cultural Donana vai além da identidade musical desta região, este fez e faz parte da formação sócio-cultural direta ou indiretamente, ou como mencionado num trecho da dissertação de André Leite: “Através da junção dos fragmentos, de fatos e episódios separados, da organização desses pedaços, de acontecimentos pessoais e vividos por tabela, a memória social se constitui proporcionando um fenômeno de identificação muito forte com determinado passado. No caso aludido, dos moradores do município de Belford Roxo, as atividades desempenhadas pelos artistas da região, foram tão marcantes, que vem sendo transmitidas ao longo dos anos, estimulando na região um forte sentimento de pertencimento naquela população, constituinte da memória musical inerente ao movimento reggae.”

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